A empresa mineira britânica Savannah Resources descobriu em Portugal aquela que poderá ser a maior reserva de espodumena na Europa Ocidental.
No distrito de Boticas, em Vila Real, há pelo menos 14 milhões de toneladas de um dos minérios de onde se extrai o lítio – espodumena. A descoberta foi anunciada esta quarta-feira, em comunicado da empresa britânica, que fechou o dia a disparar mais de 12% em bolsa.
“Acreditamos que a Mina do Barroso tem a maior reserva de espodumena da Europa ocidental”, lê-se na nota, citada pelo Diário de Notícias. Os 14 milhões de toneladas de minério com 1,1% de óxido de lítio, representam mais do dobro da quantidade estimada inicialmente pela Savannah.
“A Mina do Barroso está a assumir-se como uma grande descoberta de minério europeia. Face às fortes perspetivas de crescimento da produção de baterias de iões de lítio para veículos elétricos, bem como de armazenamento de energia elétrica, esta é uma altura crítica para desenvolver um projeto com a dimensão e localização da Mina do Barroso”, sublinha David Archer, CEO da Savannah, citado no comunicado.
A empresa começou a procurar reservas de lítio em Portugal em maio do ano passado. Agora, os britânicos acreditam que a Mina do Barroso tem potencial para ser “uma peça-chave na cadeia de valor emergente do lítio na Europa”, e que poderá “ajudar no processo de transação das fabricantes automóveis europeias para a produção de veículos elétricos”.
De acordo com o jornal, o preço dos compostos de lítio nos últimos anos despertou uma corrida às minas portuguesas. Nas nova regiões do país que concentram o minério, existem pelo menos 60 mil toneladas métricas, número que coloca Portugal no top 10 mundial das reservas de lítio.
“O concentrado de espodumena é o produto mineral de lítio dominante nas transações internacionais, e não existindo atualmente qualquer produtor europeu, acreditamos que Portugal poderá ser o primeiro, graças ao potencial de desenvolvimento a curto prazo da Mina do Barroso, à qual já foi garantida uma licença de exploração”, esclarece Archer.
Nos próximos meses, o foco da empresa será estudar a viabilidade económica da exploração de lítio na Mina do Barroso. Assim, serão modificadas as condições do contrato atual e, além de aumentar a quantidade de minério a explorar, a empresa quer também garantir o direito a “construir uma fábrica para processar compostos de lítio”.
Os responsáveis sublinham que o “potencial de novas descobertas é excelente”. A Savannah remete para o início de 2019 uma decisão final sobre o desenvolvimento da mina. Os direitos de prospeção dos britânicos na região prolongam-se até 2036, sendo extensíveis por mais 20 anos.
Fonte: ZAP