Considerada a importância estratégica desta via rodoviária para o desenvolvimento da região, a construção do Itinerário Complementar 35 (IC 35) constitui uma velha reivindicação da região do Vale do Sousa e baixo Tâmega, mormente dos municípios de Castelo de Paiva, de Penafiel, Cinfães e do Marco de Canaveses, que substituirá a estrada feita no tempo da monarquia, a EN 106, ligando Entre os Rios à cidade de Penafiel.
Dado o atraso verificado na concretização deste investimento pelos sucessivos Governos durante os últimos 19 anos, foi constituído um MOVIMENTO CÍVICO DE CIDADÃOS UTILIZADORES DA EN 106, com o objectivo de lutarem pela construção do IC 35 e de reivindicarem junto do Governo a sua concretização com a maior urgência possível, dada a importância deste investimento para a promoção do desenvolvimento e competitividade deste território e como factor de coesão regional do Vale do Sousa e do baixo Tâmega.
A EN 106 tem nestes seus 14 kms, entre a Eja e Guilhufe, mais de uma centena de vias adjacentes que a atravessam. Aproximadamente, e em média de 20 em 20 metros a EN 106, tem uma estrada municipal a desembocar nesta.
Esta infra-estrutura rodoviária estabelecerá a ligação entre a auto-estrada A4 em Penafiel e Castelo de Paiva constituindo uma via estruturante para municípios como Penafiel, Castelo de Paiva, Cinfães e Marco de Canaveses, que desse modo ficarão ligados à rede nacional e europeia de auto-estradas.
O processo de construção do IC 35 já tem mais de 19 anos, constando do Plano Rodoviário Nacional 2000 e tendo sido expressamente contemplado na Resolução da Assembleia da República n.º 28/2001, de 5 de Abril, após a queda da Ponte Hintze Ribeiro, que recomendou a criação de um programa especial de apoio aos municípios de Castelo de Paiva e Penafiel, destinado a fazer face às despesas, encargos e prejuízos decorrentes da queda da Ponte Hintze Ribeiro, e propondo, na alínea d) do seu n.º 5, “a tomada de decisão imediata, com carácter de prioridade absoluta”, quanto ao lançamento da construção do IC 35.
O Movimento recorda em sua petição online (https://peticaopublica.com/?pi=PT91961) que foi preciso morrerem 59 pessoas (53 de Castelo de Paiva, 1 de Penafiel, 2 de Gondomar e 3 de Cinfães) a 4 de Março de 2001, para que o Governo, na altura liderado pelo Engº António Guterres, fizesse os primeiros três troços do IC35, a saber: a Nova Ponte sobre o Douro (mais de 350 metros), e os troços Castelo-Sardoura (cerca de 6 kms) e na Eja-Entre-os-Rios (800 metros). Foi um preço demasiado elevado.
“No próximo dia 4 de Março, completam-se 19 anos da maior tragédia rodoviária ocorrida em Portugal.Na actual EN 106, e nos últimos 12 anos tivemos mais de 500 acidentes, de que resultaram mais de 700 vítimas, muitas delas mortais. Os nossos Governantes não podem esperar por outra tragédia para fazer o que ainda não foi feito”, afirmam os organizadores do Movimento Cívico.
Em menos de 24h de lançada a petição pública online, a mesma já conta com 521 assinaturas.