O Hospital de São João juntou-se ao Hospital de São José e ficou sem radiologistas à noite. O Sindicato garante que a retirada foi feita às escondidas.
Primeiro, o Hospital de São José, em Lisboa. Agora, também o Hospital de São João, no Porto, ficou sem radiologistas à noite. A denúncia partiu do Sindicato Independente dos Médicos.
À TSF, o presidente Jorge Roque da Cunha garante que esta mudança foi feita recentemente – há cerca de um ou dois meses – às escondidas. A denúncia só surge agora porque, segundo o responsável, a suspeita demorou algum tempo a ser confirmada pela delegada sindical do hospital.
À semelhança do São José, o Hospital de São João é um dos maiores hospitais da cidade e da região, para onde são encaminhados os casos de saúde mais graves. O sindicato diz não fazer sentido em situações de urgência recorrer a empresas externas que, pela telemedicina, avaliam os exames realizados aos pacientes.
Jorge Roque denuncia que os radiologistas foram retirados “pela calada da noite, sem grande alarido e sem praticamente ninguém se aperceber”.
“O importante aqui é que o conselho de administração do Hospital de São João dê uma resposta: por que razão o hospital está na mesma situação que o hospital de São José?”, diz o responsável sindical, pedindo explicações à administração do hospital.
O fim dos radiologistas à noite põe em causa a saúde dos doentes. “Não é a mesma coisa ter um radiologista presente fisicamente e ter um radiologista a relatar um exame a alguns quilómetros de distância”, afirma Jorge Roque em declarações à TSF.
O presidente do Sindicato Independente dos Médicos lança, inclusivamente, um desafio ao Ministério da Saúde: “fazer uma investigação de quantas não conformidades é que as empresas externas de prestação de serviços acabam por cometer, inclusive erros de diagnóstico com necessidade de repetição de exames”.
Há um mês, quando foi noticiado o fim dos radiologistas à noite no Hospital de São José, a administração do centro hospitalar garantiu que o uso da telemedicina é comum nos hospitais nacionais e internacionais, admitindo se ruma boa prática de recursos humanos, não colocando em risco os doentes.
Fonte: ZAP