A população de aves na zona do novo aeroporto do Montijo pode obrigar a um radar extra. Os pilotos alertam que as aves podem ter implicações sérias no tráfego.
A instalação de um radar para sinalizar a presença de aves no aeroporto complementar de Lisboa, planeado para o Montijo, está a ser seriamente pensada. A Associação de Pilotos portugueses de Linha Aérea está preocupada e teme que, a presença de um elevado número de pássaros nas imediações, possa implicar o fecho do novo aeroporto com demasiada frequência.
Segundo a TSF, o primeiro estudo de impacto ambiental feito pela ANA está a ser reformulado por ordem da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), nomeadamente por falhas na análise das aves nas imediações, pedindo assim que o aeroporto tenha um radar que monitorize a movimentação das aves em tempo real.
Assim, o estudo tem como objetivo entender “o nível de risco associado no aeroporto e na zona envolvente durante todo o período de funcionamento”, explicando que “a instalação deste sistema de deteção de aves é uma importante medida preventiva, constituindo um sistema de alerta das tripulações”.
Desta forma, são propostas medidas de minimização dos riscos de colisão com os aviões, como um programa de gestão dos pássaros. Além do elevado número de espécies de aves, cerca de 45 são espécies protegidas, na Reserva Natural do Estuário do Tejo.
O relatório refere que no grupo das espécies em risco se encontram patos, gaivotas e aves de rapina, sendo todas “espécies com propensão a formar bandos e que voam a altitudes mais elevadas nas rotas migratórias”, podendo entrar em risco de colisão com a rota de aproximação à pista.
À TSF, Miguel Silveira, da Associação de Pilotos Portugueses de Linha Aérea, sublinhou que “ali nós vamos certamente ter esse sistema a avisar com frequência pois as aves estão lá, vai existir ruído, elas entram em período migratório, etc., e estamos na iminência de ter um aeroporto em que todos os dias, sistematicamente, vai estar a dar alertas“.
No aeroporto do Montijo o aparecimento de aves não será meramente pontual e tal irá implicar o uso pouco proveitoso da infraestrutura, conclui Miguel Silveira.
Fonte: ZAP