André Ventura, vereador da Câmara Municipal de Loures e comentador desportivo, foi constituído arguido por “assédio étnico” e “práticas discriminatórias”, no seguimento de declarações que fez sobre a comunidade cigana. Ele fala em “perseguição a quem pensa diferente”.
O cabeça-de-lista do PSD à Câmara de Loures, nas últimas eleições legislativas, foi constituído arguido após denúncia da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial devido a uma publicação que fez no seu perfil do Facebook, no passado dia 15 de Novembro de 2017.
“Ainda esta semana uma família de etnia cigana espancou uma enfermeira e um segurança do hospital de Beja. A RTP ficou em silêncio. Quando se deram as agressões de Coimbra, os principais órgãos de informação públicos recusaram-se a referir a etnia dos agressores. Está a tornar-se uma obsessão”, notou André Ventura, cita o jornal i.
Em declarações a este diário, o vereador refere-se “espantado com o enquadramento jurídico, porque fala de discriminação racial e de assédio étnico”.
“Acho que é um ataque violentíssimo à liberdade de expressão“, destaca, falando em “perseguição a quem pensa diferente” e notando que vai argumentar com a “inconstitucionalidade” do processo.
Quanto à publicação do Facebook, André Ventura repara que só pretendeu “falar sobre o assunto para percebermos os problemas específicos que esta comunidade tem”, mas “aparentemente isto também é racismo e não se pode dizer”, lamenta.
O vereador do PSD já tinha sido acusado de racismo em Setembro de 2017, após queixa do Bloco de Esquerda, também depois de declarações que fez sobre a comunidade cigana de Loures. Esse inquérito acabou por ser arquivado.
Fonte: ZAP