Os críticos de Rui Rio dentro do PSD já reuniram as assinaturas suficientes para lançarem a “bomba atómica”, convocando um Conselho Nacional Extraordinário para destituir o presidente do Partido. E Luís Montenegro vai assumir-se como candidato à liderança.
Luís Montenegro prometeu, “em breve”, quebrar o silêncio sobre o estado do PSD durante o programa da TSF “Almoços Grátis”, onde o ex-líder parlamentar é comentador a par de Carlos César do PS, depois de Manuela Ferreira Leite ter dito na mesma Rádio que prefere um “pior resultado” eleitoral para os sociais-democratas do que um “rótulo de direita”.
Essa ameaça de falar do “estado do PSD” acendeu as antenas dos críticos de Rio, como um sinal de que Montenegro vai avançar para uma candidatura à liderança do PSD.
O cenário ganha mais força face ao facto de os críticos de Rio terem conseguido reunir as assinaturas suficientes para convocar um Conselho Nacional Extraordinário, com o objectivo de destituir o presidente e convocar eleições antecipadas, como avança o Expresso.
As 33 assinaturas mínimas para o efeito já terão sido ultrapassadas e “não foi difícil”, refere um dos promotores do movimento contra Rio citado pelo semanário.
Montenegro terá sido “muito pressionado por deputados, dirigentes distritais, concelhios e autarcas, para avançar contra Rio”, segundo o jornal.
O ex-líder parlamentar dos tempos de Passos Coelho teria intenção de deixar Rio completar o mandato até ao fim, antes de assumir a candidatura à liderança do PSD. Mas “o desempenho de Rio desde então, a contínua queda nas sondagens e a degradação do ambiente dentro do partido” levam-no a precipitar o anúncio, frisa o Expresso.
O ex-deputado do PSD assumiu o seu distanciamento face à estratégia de Rio durante o programa da TSF, salientando que não se revê nas palavras de Manuela Ferreira Leite e frisando que correspondem “à linha política da actual direcção”.
“É muito perigoso que se possa matar no espaço político a ideia do PSD como um grande partido, com vocação maioritária, com vocação de Governo, transformando-o num pequeno partido, irrelevante e sem importância estratégica”, considerou, realçando que estará “sempre na linha de um PSD grande e ganhador“.
“Muito em breve falarei do estado de coisas e do estado do PSD”, acrescentou Montenegro, notando que desta forma, com a linha de Rio, o partido “não se vai conseguir afirmar”.
Rio está prestes a completar um ano de presidência, mas o seu nome nunca foi consensual no PSD, onde encontrou muitos anti-corpos. Ainda nesta semana se noticiou que vários dirigentes de distritais do PSD se reuniram secretamente com o objectivo de discutir uma eventual destituição de Rio.
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Fonte: ZAP